Questão de gosto...
Tento. Mas não consigo achar Manuel Bandeira um grande poeta. Alguns poemas interessantes, o sentido do artesanato poético afinado na solidão da tuberculose, uma vasta cultura erudita, grandes traduções (como a do inesquecível Noturno do poeta colombiano José Assunción Silva). Mas nada que o ombreie aos grandes poetas de seu tempo. Além disso, Mafuá de Malungo é um amontoado de besteiras e o “Recife com arroz e sem Arraes” um medíocre jogo de palavras, que apenas contribuiu para a propaganda do conservadorismo mais medíocre do país. Também não foi o único poeta da Rua da União. Que se leia o Perfil de Joaquim Cardozo, escrito pelo filósofo Evaldo Coutinho. Nela também morou o poeta de Signo estrelado (mas ninguém fala disso), num sobrado com corredor independente, daqueles “que conservam em mistério a sala de visitas”, como escreveu no poema Luz na galeria. Com o passar do tempo iremos, devagar, penetrar no mistério que circunda este grande poeta universal, que também habitou a Rua da União...
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A ilustração da colagem é de Paul Klee
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