quarta-feira, 24 de março de 2010

Editora 7Letras
Poeiras na réstia
Everardo Norões
• Assunto: Poesia
• Formato: 13x20
• Número de Páginas: 120
• ISBN: 978-85-7577-658-2
• Ano: 2010

"Alimentando-se da prosa do mundo, os versos de Everardo Norões destacam-se pela forte visualidade e uma exuberância que nos surpreende através das frestas das palavras, dos pequenos detalhes. Sua poesia, livre, não deixa limitar pelo próprio estilo, arriscando-se na exploração de novas cores, novas vozes. Ela sublinha a existência daquilo que é pequeno e imperceptível, resgatando em versos a diferença, aquilo que se perderia no esquecimento, a poeira na réstia de luz. O livro também apresenta os poemas de Everardo traduzidos em espanhol, catalão, inglês, francês, italiano e em quéchua."
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segunda-feira, 8 de março de 2010


http://apoiodenise.wordpress.com/
Quando a corrupção se insinua até mesmo nos meios literários é hora dos intelectuais se mobilizarem para combatê-la. É isso o que fazem todos aqueles que vêm apoiando a postura corajosa de Denise Bottmann, cujo blog denuncia a prática imoral de algumas editoras brasileiras. O blog apoiodenise, organizado por Heloisa Jahn, Jorio Dauster, Ivo Barroso e Ivone C. Benedetti, veicula manifesto que merece ser assinado por quem repudia a utilização desonesta do trabalho literário alheio.
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domingo, 7 de março de 2010


Clepsidra, de Camilo Pessanha

Obra pequena; poeta grande demais.
Vale a pena ler a nova edição de Clepsidra, de Camilo Pessanha,
organizada, apresentada e anotada por Paulo Franchetti,
publicada pela Ateliê Editorial.
O livro abre com esta quadra:

Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
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terça-feira, 2 de março de 2010


Memória

Carlos Montemayor (1947-2010)

Estou aqui, nesta casa, a sós.
Aqui estão os móveis, o ar, ruídos.
Tenho um sentimento tão transparente
como o vidro de uma janela.
É como a janela em que olhava a neve ao amanhecer,
há muitos anos, quando menino,
e colava a cara contra o cristal e compreendia toda a vida.
É um desejo em calma, como a tarde.
É estar como estão todas as coisas.
Ter meu lugar como tudo o que está na casa.
Perdurar o tempo que for, como as coisas.
Não ser mais nem melhor que elas.
Somente ser, em meio à vida,
parte do silêncio de todas as coisas.

(Estoy aquí, en la casa, a solas./Aquí están los muebles, el aire, los ruidos./Tengo un sentimiento tan transparentecomo el vidrio de una ventana./Es como la ventana en que miraba la nieve al amanecer,/hace muchos años, cuando era niño,/y pegaba la cara contra el cristal y comprendía toda la vida./Es un deseo en calma, como la tarde./Es estar como están todas las cosas./Tener mi sitio como todo lo que está en la casa./Perdurar el tiempo que sea, como las cosas./No ser más ni mejor que ellas./Sólo ser, en medio de la mi vida,/parte del silencio de todas las cosas.)
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P.S. Recebemos, hoje, comunicado de nosso amigo e poeta peruano, Odi Gonzalez, informando a morte de Carlos Montemayor, importante intelectual mexicano. Traduzi um de seus belos poemas, Memoria, pequena homenagem àquele que foi defensor intransigente da causa dos oprimidos, em particular dos povos indígenas de seu país. Na foto, à esquerda Carlos Montemayor, à direita, Odi Gonzalez.
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