Hoje quis escolher um poema de um poeta brasileiro, Maurício de Macedo. Talvez não combine com tal espírito do natal (se é que nosso natal tem algum espírito). Ou talvez combine com o Nascimento, mais do que a corrida aos shoppings para a desobrigação dos presentes ou a ressaca dos que comemoram para esquecer – ou tripudiar – os vizinhos da periferia, pobres como o Cristo.
Bondade e inocência
Maurício de Macedo
Jesus não escreveu o Evangelho.
Jesus apenas rabiscou com o dedo
Uma palavra na areia.
O alto clero sempre soube de tudo.
Não há inocente no alto clero.
Pode ser bom quem não é inocente?
(do livro Palavras tortas. Ed. 7Letras, Rio de Janeiro. 2009)
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