Quase todos os dias passo pela praça que tem o nome do poeta Faria Neves (1872 -1927). É dele o poema O rio. Pela temática, pode nos lembrar Heráclito ou o Pont Mirabeau, de Apollinaire. A praça foi projetada por Burle Marx, na década de 30, período importante da arquitetura modernista no Recife, que contou, além dele, Burle Marx, com nomes como Mário Nunes e Joaquim Cardozo.
O RIO
Faria Neves
É sempre o mesmo leito pedregoso
e, sobre o mesmo leito, o mesmo rio,
a soluçar queixoso
o mesmo murmúrio...
Tão só, no eterno marulhar das mágoas,
não são mesmas as águas...
E eu penso em mim, nas ilusões fanadas,
sempre desfeitas, sempre renovadas...
E comparo-me ao rio, tristemente...
E comparo-as às águas da corrente.
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