terça-feira, 8 de fevereiro de 2011



Joaquim Cardozo definitivo

Thiago Corrêa
Diario de Pernambuco.
Edição de sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Legado do poeta pernambucano ganha visibilidade com o relançamento do livro Poesia completa e prosa

A ideia de reeditar a obra do poeta pernambucano Joaquim Cardozo era antiga. Veio de João Cabral de Melo Neto, que, no fim da vida, pretendia reunir a obra do colega, como maneira homenagear o amigo e reverenciar o legado que influenciou a sua construção poética. Mas como o próprio Cardozo não parecia muito empenhado em publicar seus versos em vida, passaram-se cerca de 15 anos para que o projeto se tornasse real.
O plano de reunir a obra de Cardozo num único volume se tornou possível graças à parceria entre a Massangana (editora da Fundação Joaquim Nabuco) e a Nova Aguilar. O livro chegou a ser publicado em 2009, com tiragem de 2 mil exemplares, saindo na coleção Biblioteca Luso-Brasileira, da editora carioca, dedicada à publicação de autores clássicos.
Mas os versos de Cardozo acabaram ofuscados por falhas editorais, que culminaram com a polêmica em torno da omissão, nos créditos, do nome do poeta Everardo Norões como organizador. Por isso, os exemplares dessa primeira edição foram recolhidos e uma reedição corrigida de Joaquim Cardozo - Poesia completa e prosa passou a ser providenciada.
A Fundaj arcou com o prejuízo porque queria resolver o erro, tirei outra publicação que estava na fila de impressão para resolver esse problema`, explica a diretora de cultura da Fundaj, Isabela Cribari. Quase um ano e meio depois, com mais R$ 45 mil gastos pela Fundação (a primeira edição saiu por valor um pouco menor que a segunda), o livro foi reimpresso e deve ser lançado até março. ´A gente queria homenagear um poeta esquecido, que é muito importante para a literatura brasileira. Vamos comemorar, porque foi um processo difícil, fizemos três licitações, das quais duas foram desertas. O projeto era complicado, cheios de meandros, sofremos com o problema do papel bíblia`, completa Isabela.
Além da devida inserção do crédito ao organizador, a nova edição aparece com algumas modificações. Houve a exclusão da nota editorial de 25 páginas, assinada pelo coordenador-geral da Massangana, Mário Hélio; o acréscimo do Índice de primeiros versos e títulos; o Índice geral foi detalhado, com a indicação das páginas de cada poema, conto, ensaio, crítica e artigo reunido no volume. ´O teatro de Joaquim Cardozo não entrou porque já tinha sido reunido numa edição da Prefeitura do Recife`, explica Norões. Metade da tiragem de 2 mil exemplares será comercializada pela Nova Aguilar e o restante fica sob responsabilidade da Fundaj, dentro da cota de divulgação da instituição.
"Pode-se pensar que Joaquim Cardozo pensava em incluir a poesia no tecido do pensamento contemporâneo. Via o tempo no sol e na chuva, nas manhãs radiosas e nas noites estreladas, e também nas flores e frutas do país" Wilson Martins, escritor e crítico literário.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Everardo,

Parabéns pela nova edição e pela justiça feita a teu trabalho. Já pedi para comprarem para mim aí e vão me enviar por correio.

Um abraço,

Eduardo Cesar Maia.
(eduardocesarmaia@gmail.com)