domingo, 8 de novembro de 2009


O dente-de-leão

Filho de um pintor,
seu maior desejo era tornar-se músico, maestro.
Mas teve que estudar filosofia para ser professor e ganhar a vida.
Um dia, deitou-se no campo, perto da linha Maginot,
linha de fortificações edificada nos anos 30,
na fronteira da França com a Alemanha.
Queria apenas contemplar a natureza.
Mas, de repente, viu-se fascinado
ao observar uma flor estranha, uma flor-estrela,
o dente-de-leão,
que os franceses chamam pissenlit.
A forma complexa da taraxacum officinale
levou-o a refletir sobre a reprodução sistemática de certas estruturas.
Logo depois, viria ao Brasil,
onde manteve contato com algumas tribos indígenas:
Bororós, Caduveos, Nambikwaras.
Registou tudo:
desenhos corporais, falas, mitos, músicas, culinária,
estruturas de parentescos...
Tornou-se um dos homens mais conhecidos do século XX.
Suas idéias invadiram quase todas as áreas do saber.
Deixou-nos há poucos dias,
com 100 anos de idade.
O rapaz do dente-de-leão se chamava
Claude Levy-Strauss.
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