sexta-feira, 14 de maio de 2010


Um túmulo no fundo das nuvens


Há livros cuja tinta de suas letras têm uma cor diferente da que sai da pena utilizada pelo comum dos mortais. A escrita ou a vida (Cia.das Letras, 1995) é um desses que nos despertam como uma má notícia no meio da noite. É de se esperar que a mesma coisa aconteça com Une tombe au creux des nuages (Um túmulo no fundo das nuvens), que acaba de ser editado pela Flammarion (Collection Climats). O autor do livro é o franco-espanhol Jorge Semprún. O título, um verso de Paul Celan, poeta judeu que se suicidou em Paris e escreveu em alemão – a língua do carrasco – alguns dos mais belos versos do século XX.
Jorge Semprún, ex-dirigente comunista, ex-resistente, deportado de Buchenwald, campo de concentração nazista, diz, na entrevista concedida ao hebdomadário francês l’Express, não ser nem espanhol, nem francês, mas apenas um deportado de Buchenwald. Na sua opinião existe sérios indícios no pensamento alemão contemporâneo de que “é possível a Alemanha romper para sempre com o que o nazismo encarnava”. Por outro lado, considera um “contrasenso insuportável” a utilização da palavra ‘holocausto’. “Extermi-nação”, segundo ele, diz tudo e pode ser compreendida em todas a línguas do mundo...

O livro Une tombe au creux des nuages (Um túmulo no fundo das nuvens) reúne a tradução de conferências feitas por Jorge Semprùn na Alemanha, em alemão, num período de vinte anos.
Quando teremos a tradução no Brasil?
 
http://www.lexpress.fr/culture/livre/jorge-semprun-je-ne-suis-ni-espagnol-ni-francais-je-suis-un-ancien-deporte-de-buchenwald_891830.html?XTOR=EPR-620
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